No final do Século XIX, espaço temporal do nascimento John M. Keynes, registava-se uma enorme “ explosão “ de descobertas e inventos que muito ajudaram a Europa Ocidental, nomeadamente algumas potências colonializadoras como a Inglaterra, em primeiro lugar, a França, Alemanha, Bélgica e a Holanda, mas também posteriormente os Estados Unidos, onde esse desenvolvimento científico e intelectual, serviu como ponto de partida, para a clara superioridade militar e económica perante as outras nações.
A abertura forçada do Japão aos produtos ocidentais, obrigou à sua industrialização e ao seu consequente desenvolvimento. Criando-se assim, uma potência regional. Aliás, é por volta dessa época que a supremacia britânica no mundo, começa a ser posta em causa, pelo aparecimento de novas potências económicas. As invenções e descobertas preconizadas no Século XIX, como a electricidade, petróleo, fundamentais actualmente para o bem-estar das populações, os processos de suprimento das impurezas nos aços, são ainda hoje usados nas siderugias, que posteriormente são utilizados na metalurgia, em especial na indústria automóvel que possui um importante mercado na economia mundial, quer seja a nível de volume de vendas quer pelo número de trabalhadores que emprega.
Nomes como Siemens, Daimler, Edison são no nosso quotidiano referências que marcaram e marcam o desenvolvimento e a prosperidade das nações. Em virtude do arranque industrial gerado pelas suas revoluções, o comércio mundial conheceu um crescimento acelerado ao longo do Século XIX, impulsionado pelo aumento de produção, pela circulação de capitais e pelo aumento do consumo, aonde os países industrializados detêm a hegemonia do comércio mundial, adquirindo, em condições muito vantajosas, matérias-primas e produtos alimentares.
Assim, a supremacia da Europa no comércio internacional assenta nas trocas de produtos manufacturados por matérias-primas e alimentos, de modo a satisfazer as necessidades cada vez mais crescentes da sua indústria e do consumo mais exigente por parte da sua população.
Para satisfazer as necessidades das populações mais longínquas foram criados os transportes frigoríficos, deu-se ao desenvolvimento dos transportes: incrementação das redes rodoviárias, ferroviárias, ao evoluir dos transportes marítimos e a abertura de novos canais marítimos e fluviais permitiu que fossem consumidos produtos de terras distantes, a menor custo e com maior rapidez chegam até si.
Entre o período de 1860 a 1870, o livre cambismo tornou-se uma prática corrente nas relações ente os países europeus.
Todavia, o desenvolvimento dos transportes aproximou os mercados e acentuou a concorrência, agravando os efeitos nefastos do liberalismo económico para as economias mais débeis. Portanto, no final do Século XIX, tudo se conjugou para o regresso do proteccionismo económico dos Estados.
Os conflitos militares da segunda metade do referido século, alteraram a conjectura internacional, criando novas potências, a Alemanha e a Itália, intensificou-se as rivalidades económicas entre as nações.
A guerra Franco-Prússiana, revelou claramente esse agitamento, e que levou à perda francesa dos territórios da Alsácia e Lorena, muito ricos em minérios e texteis. Os agricultores, por si, temiam cada vez mais, a concorrência dos produtos agrícolas extra-europeus, que afluíam a Europa em quantidades crescentes, o que provocou a fuga destes para as cidades e muitos desses camponeses recorreram à emigração para “ desertarem” da miséria que os apoquentavam.
Na Ásia, a Guerra da Manchúria, onde beligeravam o Japão e a China, confirmou os nipónicos, como a grande potência bélica da região asiática.
Em Marrocos, franceses e alemães disputavam essa região do norte de África, e desta vez, os franceses foram superiores.
A partir do final do Século XIX, assiste-se à concentração das actividades, e marca a alteração profunda nas relações laborais. As relações entre operário e patrão tornam-se exclusivamente económicas, a mão-de-obra pelo salário. O trabalhador é sujeito a uma disciplina rigorosa e a um ritmo de trabalho imposto pela máquina. A mecanização da produção provoca a divisão do trabalho e especialização das funções através da repetição.
A dependência da indústria dos meios financeiros fez originar um surto bancário, no qual grandes empresas familiares que acumularam ao longo dos séculos fortunas, eram agora “ obrigadas “, em face da feroz concorrência, transformar as sociedades familiares para sociedades anónimas, de modo a evitar colapsos financeiros e absorvendo as entidades bancárias familiares mais vuneráveis.
Com o progressivo desenvolvimento bancário, provocou a expansão monetária e a divulgação de novos meios de pagamento, como seja, a moeda fiduciária e a moeda escritural.
Os primeiros movimentos feministas davam o primeiros passos, em defesa da emancipação da mulher e da sua maior liberdade perante a sociedade. Todo este movimento era conduzido por mulheres de estrato social superior, nomeadamente pertencentes à burguesia, visto que as mulheres das camadas populares, há muito que trabalhavam em condições quase desumanas e hostis.
Todavia, só depois da II guerra Mundial, é que viram respeitados os seus direitos fundamentais, e mesmo assim, apenas em algumas regiões do planeta.
Bruno Caldeira
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