O acordo entre o Bloco Nacionalista Galego (BNG) e a coligação entre PSOE e Podemos para a investidura de Pedro Sánchez tem uma clausula curiosa: televisões portuguesas exigidas na Galiza.
Esta é uma das exigências para que o deputado nacionalista galego Néstor Rego vote a favor da investidura de Pedro Sánchez.
Esta exigência já não é nova que também estava prevista na chamada “Lei Paz-Andrade”, que previa o acesso facilitado das televisões portuguesas na comunidade autónoma da Galiza.
Este acesso facilitado de conteúdos em língua portuguesa promovidos pelas televisões portuguesas na Galiza, fazem parte da estratégia dos nacionalistas galegos para partilharem o mesmo ancestral linguístico.
Curiosamente, o uso da língua galega na própria Galiza cada vez é menor.
Segundo o Instituto Galego de Estatística, que revelou os dados de 2018 confirma que apenas 30,57 da população desta região autónoma de Espanha fala somente galego. Corresponde a um decréscimo de 0,63%.
Outra situação revelada neste estudo intitulado “Conhecimento e uso do galego”, é que 93,73% dos menores de 30 anos aprenderam o galego em contexto escolar.
Já um relatório do Conselho da Europa alerta para um retrocesso da língua galega nos últimos anos.
O Conselho da Europa manifesta a sua preocupação pela preservação linguística da Europa, que está a ser dificultado pela Estado espanhol e por algumas das suas autonomias. E dá algumas recomendações:
– Reforçar o uso das línguas co-oficiais na administração pública
– Garantir o direito dos cidadãos que falam as línguas co-oficiais a utilizá-las nos processos judiciais
– Insta aos governos autonómicos da Galiza e da Comunidade Valenciana a eliminar os limites impostos na aprendizagem nas escolas oficiais dos seus próprios idiomas.
Contra as directrizes da política linguística do governo de Fraga, o actual presidente da Xunta da Galiza, Alberto Nuñez Feijoó, inverteu essa prioridade, dando uma maior primazia ao castelhano, em detrimento do idioma regional como é o galego.
Podem os conteúdos das televisões portugueses na Galiza ajudar a inverter o actual estado da língua galega? Fica aqui a questão!
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